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Como explicar a explosão de quantidades variados de estilos com apenas 4 ingredientes base?




Sabemos que cerveja é composta basicamente por: água, malte (de cevada ou de trigo), lúpulo e levedura.


Com exceção da lei da pureza alemã, o cervejeiro poderá acrescentar otras cositas más tais como: frutas, especiarias, lactose, chips de carvalho, Bourbon ou Whisky ou maturar em barricas de madeira entre outras infinidades que não param de surgir.


Daí você chega a um empório para comprar sua cerveja e se depara com pelo menos 4 estantes, normalmente separadas pelas escolas cervejeiras, alemã, inglesa, belga e americana e uma dedicada aos rótulos nacionais e uma infinidade de rótulos. O pensamento é daquele: “ai meu Deus, como escolher?”


E se com apenas os 4 ingredientes básicos é possível diversificar os estilos, uma vez que existem infinidades de qualidades de grãos de malte e de lúpulos e a forma de acrescentar esses ingredientes à receita podem mudar completamente o resultado final do produto e ainda com as possibilidades de usar outros adjuntos, faz com que novas cervejas sejam criadas sem limites.


Com a necessidade de catalogar todos os variáveis estilos pelos guias Brewers Association e BJCP, o número de estilos registrados não param de crescer, e muitas vezes o perfil sensorial deles é algo tão próximo, que um detalhe sutil a mais ou a menos na receita já dá nome e espaço a um novo estilo ou subcategoria. Com isso, brinco que muito em breve, pós graduar um beer sommelier em mestre em estilos, poderá levar mais tempo do que formar em medicina.


Sem contar essa complexidade, é muito comum as marcas produzirem determinado estilo e vender o rótulo com outro. Entre os motivos, estão algumas questões de marketing ou premiações em concursos. Resumindo, a cerveja está se popularizando com muita rapidez com o surgimento de tantas novas micro cervejarias e estilos novos a cada dia.


A explosão de estilos é explicado em parte pelo crescimento da cerveja artesanal ao redor do mundo nos últimos 30-40 anos. Porém a necessidade obsessiva de categorizar cada cerveja produzida começou a ter o efeito oposto do objetivo final. Em vez de informar, confunde”.


- (Stephen Beamount, Livro Cereja e Comida, Publifolha).


Concordo com esse pensamento e ainda afirmo o quanto isso gera um desconforto na organização de concursos cervejeiros, uma vez que julgar determinada categoria de estilo com tantas subcategorias e exceções podem gerar além de um trabalho maior para categorizar, resultado de certa forma não tão justo quanto gostaríamos de ter.


Com esses fatos, pode parecer que sou contra o surgimento desenfreado de tantos estilos novos surgindo no mercado, mas o fato é que acredito que tem se tornado algo agressivo, uma vez em que os clássicos estilos bem-feitos se tornam raros e os surgimentos de estilos sem limites de inventividade não param de ganhar espaço nas gôndolas. Penso que talvez seria o caso de resgatar o clássico perfeito, cuidar de detalhes em vez de procurar espaço no mercado apenas com o excêntrico. Quando a briga por espaço foca apenas na novidade, o clássico bem feito ganhará mais espaço, já que se tornará raro.


Fica como reflexão:


Estejamos abertos ao mercado com respeito ao produto e as boas cervejas. Inventividade e inovação são sempre bem-vindas, quando a proposta for realmente ser novidade, só não gostaria de ver o clássico ser extinto para a inovação desenfreada.


E você, o que pensa sobre isso?


Até a próxima semana 😊


Karina Hauch.


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